Você deve estar acostumado a acessar a internet diariamente, mas você sabe tudo que está acontecendo para que o acesso, por exemplo, a este site seja possível?
Este não vai ser um post muito técnico, teremos como objetivo introduzir de forma simples o básico sobre redes de computadores e internet.
Nos posts seguintes começaremos a falar sobre a parte técnica da maioria dos itens presentes aqui.
De forma resumida a internet é um grande conjunto de ligações de redes de computadores.
Para isso acontecer nós temos empresas que fornecem trânsito através da internet (seu provedor de internet por exemplo), empresas que fornecem hospedagem de conteúdo (facebook google, amazon, etc) e os usuários, que consomem o conteúdo hospedado através das conexões com os provedores.
Por enquanto estamos falando só da parte da conectividade, da infraestrutura física. É comum compararmos a internet com uma rodovia, de fato faz bastante sentido.
Existem empresas que tem como objetivo principal do negócio construir uma rede própria que tenha uma grande cobertura geográfica. É isso mesmo que você está pensando, a empresa compra centenas de quilômetros de fibra óptica e vai instalando essa fibra através de tuneis subterrâneos ou em postes nas rodovias e cidades. Algumas empresas, como concessionárias de rodovias privatizadas, que podem aproveitar a atividade principal, neste exemplo manutenção/expansão das rodovias, e montam infraestrutura regionais.
Essa infraestrutura central é contratada por operadoras de telecomunicações, que, por sua vez, criam suas estruturas regionais em estados e municípios. Essas operadoras vendem acesso a outras operadoras menores, que, por sua vez, criam suas estruturas em cidades e bairros.
O usuário final (você que está me lendo, por exemplo) contrata essas operadoras locais para fornecer o acesso a internet. As empresas que criam conteúdos/serviços através da internet também contratam o acesso a internet de uma ou mais operadoras, o que difere essas pontas é o tipo de conexão e a largura da banda.
Nossa rodovia está pavimentado, todos tem acesso ao trânsito na internet, mas e aí? Só ter trânsito não dá pra fazer nada, não é?
Existem vários serviços que podem ser utilizados através desta rede, os mais conhecidos são o email e os serviços de hypertexto, ou sejam os sites.
A maior parte do uso vem dos sites, seja através de um navegador de internet ou através de apps em seu celular, quase tudo se comunica através de http/https, que é o nome do protocolo que os sites utilizam para serem acessados.
Mas ainda estamos num nível muito superficial, você deve ter o entendimento básico de quase tudo que falei até aqui. Vamos nos aproximar um pouquinho mais?
Para transitar nessa rede você precisa de um “identificador” e este é conhecido como endereço IP. O IP é uma representação numérica única para cada terminal conectado a internet.
Existem técnicas que permitem que um mesmo endereço IP seja compartilhado por vários usuários, por isso os diversos dispositivos que você tem em casa podem ter acesso ao mesmo tempo. Isso se falarmos do endereçamento que era utilizado desde a década de 80, o chamado IPv4 (IP versão 4). Ele ainda é utilizado (e muito) nos dias de hoje, mas já existe uma nova versão o IPv6 (IP versão 6). A convivência desses dois protocolos ao mesmo tempo é chamado de pilha dupla.
Essa pilha dupla se faz necessária por que estamos em um momento de transição, os IPv4 estão acabando e por isso se faz necessário utilizar um endereçamento capaz de atingir um número maior de dispositivos. Uma comparação (para os mais velhos) Foi quando adicionaram um nono dígito nos números dos telefones celular, que deixou de ter 8 dígitos e passou a ter 9. Se adicionar um dígito ao número do telefone foi complicado e demora para nós humanos, imagem aumentar os dígitos em um endereço utilizado por computadores, é consideravelmente mais complexo.
Se você está em um grande centro, provavelmente está conectado em pilha dupla, neste caso seus dispositivos, na rede IPv6, não estarão mais compartilhando um mesmo endereço, em contrapartida na rede IPv4 o IP deixou de ser compartilhando apenas entre dispositivos em um mesmo assinante e passou a ser compartilhado entre vários assinantes, pra tudo isso existem técnicas específicas.
Mas nós somos humanos, nossa comunicação, a maioria das vezes, é feita através de palavras não por números e talvez você nunca tenha visto um endereço IP na vida.
Pois é, para isso existe mais um serviço, talvez o mais importante da Internet. É o DNS, ou Domain Name Service (Serviço de Nome de Domínio).
O DNS é um grande banco de dados distribuído de forma descentralizada, onde existem diversos registros que transformam nomes em IP ou IP em nome.
Nos próximos posts falaremos mais profundamente sobre o DNS, por hora é importante entender que quando você acessou este post o se navegador fez uma consulta a um serviço de DNS que respondeu que kadu.langoni.net está no IP 189.127.7.230. Com base nessa resposta seu navegador solicitou ao servidor que responde por este endereço IP a página que está hospedada com o endereço desejado renderizando o código recebido para que você possa ver, neste caso, esta página.
Vamos resumir o que vimos até aqui.
Este post é uma página, que é parte de um site, que está conectado a internet e que é acessado através de um navegador. Para acessar você contrata o serviço de trânsito de um provedor, que contrata trânsito de outros provedores, que também vendem acesso para empresas que hospedam conteúdo/serviços na internet. O serviço mais comum é o WWW que por sua vez utiliza de outros serviços, como o DNS, para permitir um acesso mais humanizado.
Os outros serviços que rodam através da internet funcionam de forma semelhante, traduzem nomes em IPs através do DNS e realizam a comunicação para troca das informações necessárias. A soma dos milhares de sites, serviços de email, de sincronização de hora, de bate-papo, transmissão de voz e vídeo e etc compõe o que conhecemos popularmente como Internet.
Esse caos me deixa fascinado, são muitas pequenas pecinhas que se conectam feito engrenagens em uma máquina e “magicamente” tudo funciona. Pra melhorar você nem precisa ter ideia de como tudo isso funciona para fazer uso.
Nos próximos posts vou aprofundar no DNS, como ele funciona, como configurar e o que podemos fazer com ele (acredite, é bem mais que traduzir IP em nome), e continuaremos a saga do cluster com a construção das máquinas virtuais e das configurações do ambiente.
Deixa aí nos comentários o que mais vocês gostariam de conhecer após o DNS, ou também se ficou com alguma dúvida!
Meu muito obrigado a quem teve a paciência de chegar até aqui, nos vemos na próxima!
Gostaria de aprender mais sobre o cluster e suas maquinas virtuais, desde já obrigado