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Configurando dispositivos em rede de forma automática

Vamos dar mais uma pausa nos posts do Cluster e fazer uma breve introdução ao DHCP o Dynamic Host Configuration Protocol, ou Protocolo de Configuração dinâmica de dispositivos.

Já citamos este protocolo no post sobre a configuração de DNS do cluster e para melhorar a compreensão do assunto vamos explicar de forma bem simples como ele funciona.

Antes de seguir é importante dizer que existem duas formas de configurar o endereçamento IP em um dispositivo (seja um computador, notebook, celular, TV etc).
Podemos fazer de forma estática, onde acessamos cada dispositivo e configuramos manualmente qual vai ser o endereço IP, máscara de sub-rede, roteador padrão e servidores de DNS.
Ou podemos fazer de forma dinâmica, onde um servidor DHCP vai responder a uma solicitação realizada pelo dispositivo que deseja obter um endereço e passar todos os parâmetros para ele.

Você pode estar se perguntando, mas se o dispositivo não tem endereço configurado como ele vai fazer a requisição na rede?
Existem várias formas de comunicação em uma rede, lembre-se que nossos posts são bem introdutórios, com objetivo de trazer luz sobre o funcionamento básico das coisas.
Então para resumir de forma bem superficial vamos dizer que o equipamento sem endereço manda um pacote especial para todos os dispositivos da rede perguntando “Você é um servidor DHCP?”. Se não houver um servidor DHCP na rede o dispositivo fica sem resposta e com isso sem endereçamento para falar nada rede.

Por outro lado, se houver um servidor DHCP ele vai responder com um outro pacote especial dizendo “Sim, eu sou um servidor DHCP, por favor utilize estes parâmetros para configuração de rede” e com isso envia os dados necessários para o dispositivo que realizou a solicitação.

Na sua rede doméstica o seu roteador de internet (geralmente instalado pela operadora) é o responsável por ser o DHCP da rede. Na minha rede eu tenho este serviço rodando no meu roteador principal, o abracursix, ele é o responsável por fornecer o endereçamento para nossos computadores, celulares etc.

Se você tem poucos dispositivos em uma rede, seja doméstica ou em pequenas empresas, configurar na mão poderia ser suficiente, mas geralmente configurar celulares com IP manual não é uma boa ideia, pois ao sair de casa você teria que reconfigurar o celular para acessar outra rede em outro lugar. Além disso IP, máscara de sub-rede, roteador padrão e servidores de DNS são só alguns dos parâmetros que podemos configurar. Existem outra centena de configurações que podemos fazer, como informar um servidor de sincronização de data/hora, configurar domínios automáticos de modo que possamos chamar/acessar um host apenas pelo seu nome, servidores para registros de log (que são informações sobre o que acontece no sistema operacional e nos programas em execução na máquina), TTL, MTU entre outros.

Na wikipedia tem um artigo bem completo sobre o funcionamento do DHCP, você pode consulta-los em https://pt.wikipedia.org/wiki/Dynamic_Host_Configuration_Protocol.

Para dar um exemplo de configuração vamos voltar na minha rede. Como eu expliquei no post sobre a configuração de DNS que fiz no cluster somente o meu computador utiliza o serviço de DNS Pi-Hole. Isso só é possível por que meu servidor DHCP permite fazer reserva de endereço.

Funciona da seguinte forma, toda placa de rede (com ou sem fio) possui um endereço físico chamado endereço MAC (https://pt.wikipedia.org/wiki/Endereço_MAC) que é gravado no chip da interface. Em teoria este endereço é único (mas já vi, no passado, equipamentos baratos com mac repetido) então você configura no DHCP algo como “se a solicitação vier do endereço 00:19:B9:FB:E2:58 você entrega para ele as seguintes configurações…”.

Com isso eu consigo configurar os parâmetros desejados que só serão entregues quando a rede com fio do meu computador fizer a solicitação. Dessa forma ele tem sempre o mesmo IP, e usa um serviço de DNS diferente dos restante dos dispositivos da casa. Além disso eu também passo do domínio galia.lan como domínio principal da rede e galia.lan e rede.lab como sufixos padrão.

Desta forma, como no exemplo abaixo, quando eu tentar chamar/acessar um dispositivo informando só a primeira parte do nome ele vai tentar completar com galia.lan e se não conseguir traduzir completará com rede.lab e tentará traduzir, se falhar novamente me retornará uma mensagem de erro,

pingando abracursix com e sem o domínio da rede
tentando pingar um nome que não existe nos domínios informados no dhcp

Tudo isso pode ser muito útil em configurações de redes mais complexas onde podemos, por exemplo, oferecer um DNS diferente para funcionários e diretores, com regras diferentes de bloqueios e restrições.

Ah! O ping, pra quem não conhece, é um programa que utiliza de um protocolo chamado ICMP (https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet_Control_Message_Protocol) que serve para fazer alguns tipos de testes em rede, por exemplo se um determinando equipamento está respondendo a requisições na rede.

Bom, acho que já tem informação suficiente que permita que você entenda os princípios por trás deste serviço.
Ainda teremos a chance de explora-lo com mais detalhes!

Por hoje é isso! Se ficou alguma dúvida deixa um comentário que me ajudará a melhorar o texto e responderei com o maior prazer!

Meu muito obrigado a quem teve a paciência de chegar até aqui, nos vemos na próxima!

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Bruno
Bruno
2 anos atrás

valeu kadu, top

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